sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Estudo: DNA de Cães de Chernobyl estão evoluindo mais rápido!


O desastre nuclear de Chernobyl, ocorrido em 1986, criou um ambiente único para estudos de adaptação evolutiva. Após a evacuação em massa da região, muitos cães domésticos foram abandonados, sobrevivendo e se reproduzindo em uma área de alta exposição à radiação. Pesquisas recentes revelaram que essas condições extremas provocaram mudanças genéticas notáveis nesses cães, marcando-os como geneticamente distintos de outras populações caninas ao redor do mundo.

O Estudo e Suas Descobertas

Cientistas analisaram o DNA de 302 cães que habitam áreas dentro e ao redor da zona de exclusão de Chernobyl, incluindo a própria usina e cidades vizinhas como Slavutych. O estudo identificou variações genéticas entre as populações que vivem em diferentes distâncias do reator nuclear. Cães que habitam perto da usina apresentaram níveis mais altos de endogamia e características genéticas relacionadas a pastores alemães, enquanto aqueles em locais mais distantes exibiram uma maior mistura de raças modernas.

Essa diferenciação genética oferece pistas valiosas sobre como a exposição prolongada à radiação ionizante pode moldar o DNA de uma espécie. Além disso, os pesquisadores esperam que esses dados contribuam para entender os impactos de ambientes radioativos na saúde e na evolução de mamíferos.


Radiação e Adaptação

O ambiente radioativo de Chernobyl impôs uma pressão seletiva significativa sobre os cães. Indivíduos menos adaptados às condições adversas tendem a não sobreviver, enquanto aqueles com características vantajosas transmitem seus genes às próximas gerações. Esse fenômeno é semelhante ao observado em outras espécies da região, como sapos com pigmentação mais escura, que possuem maior proteção contra radiação, e lobos, que mostram resistência aumentada a doenças como o câncer.


Por que isso importa?

O estudo dos cães de Chernobyl oferece uma oportunidade rara de observar a evolução em tempo real. Ele ajuda a desvendar como a radiação afeta o genoma e como os organismos podem desenvolver adaptações surpreendentes para sobreviver em ambientes extremos. Além disso, as descobertas podem ter implicações práticas para a biologia evolutiva, a medicina e a compreensão dos efeitos da radiação em seres vivos.

Os pesquisadores planejam continuar monitorando esses cães, buscando identificar mutações específicas que possam estar relacionadas à sobrevivência em um ambiente radioativo. As descobertas prometem expandir nosso conhecimento sobre resiliência genética e evolução em contextos de extremo estresse ambiental.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Mistério dos Frascos de Vírus Desaparecidos na Austrália

  Em um evento que gerou repercussão mundial, 323 frascos contendo amostras de vírus perigosos desapareceram do Laboratório de Virologia em ...